5 - O primeiro dia de aula

 

 

Não queria chegar cedo demais à escola, mas também não desejava me atrasar no meu primeiro dia. Vesti meu casaco e sai para o tempo feio, pelo menos não estava chovendo.


Caminhei atentamente, encontrei a principal com facilidade e segui as ordens de minha mãe. Fui caminhando para o que me parecia o final do mundo. Foi mais de meia hora, no meio do caminho o inevitável aconteceu – começou a chover. Abri a sombrinha dada por minha mãe. Felizmente não era feminina.


Não foi difícil encontrar a escola – a aglomeração de alunos ajudou bastante. Entrei e caminhei para a placa que indicava a secretária, entrei no local. O prédio era pintado de branco com verde em baixo. Respirei fundo antes de abrir a porta.


Lá dentro o ambiente estava iluminado, contrastando com o tempo nublado do exterior. Num primeiro momento pareceu vazio, pude ver sobre a bancada da recepção o interior da secretaria, mais além era visível – por uma porta aberta – alunos andando por todos os lados, conversando, sorrindo, andando de mãos dadas – era o interior da escola.


Uma mulher baixinha, com os cabelos negros e curtos e óculos de grau que aumentava seus olhos, veio me atender.


- Posso ajudá-lo.


- Meu nome é Eduardo Souza – informei, logo vi que me analisava mais atentamente. Ela já me esperava, obviamente.


- É claro. Sua mãe falou comigo. – enquanto ela se dirigia para uma pilha de papeis, fiquei imaginando o que minha mãe poderia ter dito. – Aqui. Você está nessa turma, mostre isso para os professores e me entregue no final da aula. Você pode ver sua sala marcada nas portas.


Ela ainda me explicou por onde se entra, os horários, o caminho de minha sala, algumas regras... Mal ouvi metade do assunto. Ela sorriu quando e me desejou boa sorte. Sorri também.


Sai da secretária e dei a volta para entrar na escola. Caminhei pelos corredores apinhados de alunos e facilmente encontrei minha sala. A sala de aula era pequena e estava lotada. As pessoas na minha frente entraram conversando sorridentes. Caminhei até a mesa do professor e lhe entreguei o papel que a secretaria havia me entregado. Ele assinou e mandou eu me sentar no lugar vago.


Era mais difícil para meus colegas me encarar lá no fundo, mas conseguiram isso – de alguma forma. Para mim o fundo era ótimo, pude observar as alunas da sala. O professor Clauir começou a explicar o assunto monotonamente. Fiquei passando os olhos pela loira que sentava na primeira carteira. Era muito linda.